Ele diz que gosta de ti e tu não percebes, ou então não queres perceber.
Ele quase diz que ainda te ama e que ainda pensa em ti. Ele tem-te na cabeça quando vai dormir e talvez por isso não durma, tanta é a tormenta.
Ele fala-te de amor quando deixa de te falar e quando se afasta.
Ele ainda te sente porque ainda se arrepia a teu propósito.
Nada de literário há nisto. Puras verdades, estranhos factos.
domingo, março 21
domingo, fevereiro 28
As variantes
Tenho-me sabido das variantes, de todas elas, das curvas, das oblíquas!
Podiam-me ter dito das variantes e não havia problemas.
Mas ninguém me falou das variantes.
Camaradas, há variantes, há variantes!
Cuidados são poucos em cada pedra que pisamos, camaradas. Andam variantes e nós em variantes vamos andando, nunca quase que indo, por engano, na verdadeira variante do ser.
Pisemos tudo, com semelhante distinção e superior elegância!
Podiam-me ter dito das variantes e não havia problemas.
Mas ninguém me falou das variantes.
Camaradas, há variantes, há variantes!
Cuidados são poucos em cada pedra que pisamos, camaradas. Andam variantes e nós em variantes vamos andando, nunca quase que indo, por engano, na verdadeira variante do ser.
Pisemos tudo, com semelhante distinção e superior elegância!
quinta-feira, fevereiro 4
A clareza da escuridão.
Sou um Homem muito claro no que toca a ideias escuras.
Isto é, até posso pensar, e até posso querer ser um rasto pensante na luz fria do Universo, mas não creio poder almejar mais do que isso. Posso ter percepções alusivas dos corpos obscuros e das filosofias que não agradarão com certeza à civilização actual, mas sou imensamente determinado nisso, tenho quase que espíritos em mim a dizerem-me para ir em frente, alumiar os demais.
Olho e vejo a janela. A noite vem e abraça todo o tempo, como se a Lua fosse a alma mater de toda a natureza.
Olho e vejo isto bem sentado. Sou, aliás, um homem muito sentado, em seu turbilhão de calma, na grande tempestade da serenidade do mundo.
quarta-feira, fevereiro 3
Os estranhos caminhos.
Estes estranhos caminhos que são.
Um passo à frente são dois atrás. E ou se vagueia pela estrada da memória ou vamos dando curvas na rua do esquecimento.
Fui sempre nas duas, nunca nelas.
Seguirei só a estrada já deserta.
Afinal não há nada melhor do que revolver o volvido, passear o passeado, pensar o pensado, viver o vivido.
Um passo atrás para dar dois à frente.
Vou? É, vou.
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